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Toxoplasmose – é mesmo perigosa?

A toxoplasmose não acarreta riscos para a maior parte da população, mas no caso das grávidas pode constituir um grave problema.

É uma das parasitoses mais comuns nos gatos e inofensiva para a maior parte das pessoas, mas, no caso das grávidas não imunes, a toxoplasmose é um risco. A obstetra Teresa Bombas explica como se transmite, os perigos que representa e as melhores formas de a prevenir.

O gato é um dos animais de estimação preferidos de crianças e adultos, reconhecendo-se os inúmeros benefícios de cuidar de um. Ainda assim, há situações que importa ter em conta a bem da saúde de todos. É o caso da toxoplasmose, uma parasitose muito frequente nos gatos e que é transmitida aos humanos, na generalidade dos casos sem gravidade. Mas com exceções. Porque este mês se assinala o Dia Internacional do Gato (8 de agosto), falámos com Teresa Bombas, consultora em ginecologia e obstetrícia no Centro da Mulher do Hospital CUF Coimbra, para perceber de que risco estamos a falar quando em causa está a toxoplasmose. Afinal, será mesmo perigosa?

Mas, antes disso, importa esclarecer que a toxoplasmose é uma doença transmitida pelo parasita Toxoplasma gondii, o qual pode infetar qualquer mamífero, sendo o hospedeiro definitivo o gato. O parasita existe sob três formas: trofozoíto (forma invasiva), quisto (forma latente) ou oocisto (apenas no aparelho digestivo dos gatos ou no solo contaminado). Segundo a especialista, “numa pessoa saudável, a toxoplasmose não tem complicações e frequentemente a infeção não determina sintomas específicos ou apenas dá origem a sintomas semelhantes a uma gripe, que são autolimitados”. O mesmo pode não acontecer em quem apresenta o sistema imunitário mais vulnerável ou durante a gravidez – aliás, nesta situação específica, a toxoplasmose “pode implicar consequências graves para o feto”.

Como se transmite?

A prevalência da infeção é muito variável entre os diversos países e não existem dados nacionais sobre a toxoplasmose na gravidez, mas Teresa Bombas refere que “se estima que existam cerca de 11 casos de toxoplasmose congénita por 10 mil nascimentos”.

Em relação à transmissão, a obstetra salienta que “a espécie humana adquire a infeção através da ingestão do parasita, sob a forma de quisto, existente na carne crua ou mal cozinhada de animais infetados ou então pelo contacto com o parasita, sob a forma de oocisto, proveniente de gatos infetados e do solo ou de água contaminada”.

Estão sobretudo expostas à toxoplasmose “as mulheres grávidas que não tenham tido contacto com a infeção antes da gravidez”, ou seja, que não estejam imunes. Entre estas, a precaução deve ser redobrada no caso de “grávidas que residem em meio rural, que tenham profissões com contacto com a terra, produtos da terra ou com animais, por exemplo, trabalhadoras rurais, trabalhadoras de matadouros ou veterinárias”.

Estarei imune?

Uma vez que a infeção pode passar despercebida, o diagnóstico da toxoplasmose na grávida implica o rastreio sistemático. Como? “Através da realização de análises, uma vez por trimestre, segundo as recomendações nacionais”, explica a médica. As análises consistem no estudo serológico com determinação das imunoglobulinas G (IgG) e M (IgM), sendo que estão sobretudo vulneráveis “as grávidas que não tenham tido contacto com a infeção antes da gravidez” e cujos resultados das análises realizadas na consulta pré-concecional são IgG negativa e IgM negativa (ver quadro). Os anticorpos da classe IgM indicam o contacto recente com o agente infecioso e a pesquisa de anticorpos estáveis da classe IgG indicam uma imunidade antiga.

Nas palavras de Teresa Bombas, “a IgM específica pode ser detetada uma a duas semanas após a infeção, atinge concentração máxima ao fim de um a dois meses e diminui posteriormente, sendo indetetável ao fim de seis meses a um ano após a infeção. Já a IgG surge uma semana após o aparecimento da IgM, tem um pico ao fim de dois meses e o título permanece elevado durante meses, diminuindo posteriormente”.

Riscos na gravidez

Os riscos de uma infeção por toxoplasmose durante a gravidez são graves e incluem “aborto espontâneo, morte fetal, parto pré-termo e infeção fetal e neonatal”. Mas importa realçar que “nem todas as grávidas infetadas durante a gestação vão ter complicações”, uma vez que “o período da gravidez em que acontece a infeção determina a frequência e a gravidade”. Desta forma, o risco de transmissão fetal é baixo, mas grave, no primeiro trimestre (risco de infeção de 10 a 25%); aumenta no segundo trimestre (30-35%) e é máximo no terceiro trimestre (60-80%). “Na altura do nascimento, as infeções subclínicas [isto é, que não produzem manifestações] são as mais frequentes podendo vir a ocorrer mais tarde alterações na visão, audição e do sistema nervoso central, incluindo atraso mental”, esclarece a especialista.

Por outro lado, o clínico pode suspeitar de infeção por toxoplasmose do feto no caso de detetar, nas ecografias realizadas, determinadas alterações, como calcificações intracerebrais, hidrocefalia, coriorretinite (inflamação da córnea e da coroide), hepatoesplenomegalia (aumento do tamanho do fígado e do baço ), ventriculomegalia (dilatação dos ventrículos cerebrais fetais), ascite (acumulação anormal de líquido no abdómen), derrame pleural, entre outras.

O que se faz se houver suspeita?

Perante a suspeita de infeção por toxoplasmose, o primeiro procedimento passa por encaminhar a grávida para um centro obstétrico diferenciado. Aqui deverá ser “confirmada a seroconversão, seguida da confirmação da infeção fetal através de análises específicas ao líquido amniótico”, nomeadamente amniocentese e deteção do toxoplasma através da técnica de polymerase chain reaction (PCR), enumera a obstetra.

Caso a seroconversão seja confirmada, ou seja, se se detetar a presença de anticorpos relacionados com a toxoplasmose, “é iniciada uma medicação para prevenir a transmissão ao feto com um medicamento chamado espiramicina”. Por seu turno, perante a confirmação de infeção fetal, “discute-se com o casal a hipótese de interrupção de gravidez, apenas em gestações inferiores a 24 semanas, ou a possibilidade de terapêutica com a combinação de pirimetamina/sulfadiazina/ácido folínico, com o objetivo de diminuir as complicações fetais”.

Cinco medidas de prevenção

Mas para que não haja necessidade de chegar a medidas drásticas, a ginecologista/obstetra recomenda medidas de prevenção fáceis de seguir durante o período de gravidez:

  • Não comer carne crua ou mal passada, em particular de ovino;
  • Evitar alimentos crus provenientes da terra (fruta e vegetais) a não ser que cuidadosamente bem lavados com água corrente;
  • Lavar bem as mãos após manipulação de carne crua ou trabalhos rurais e de jardinagem (a utilização de luvas é recomendada);
  • Nunca beber água que não seja de fonte segura (tratada ou engarrafada);
  • Evitar o contacto direto com gatos ou com utensílios com eles relacionados, nomeadamente a caixa de areia (já que é nas fezes que os gatos libertam os oocistos do parasita após ingerirem carne contaminada com quistos).

Como interpretar o resultado das análises

Ausência imunidade

São necessárias medidas de prevenção na gravidez

Infeção antiga

Não é necessário repetir a análise nas grávidas saudáveis. Não são necessárias as medidas de prevenção nas grávidas saudáveis

Possível infeção

Contactar o médico assistente (realização de teste de avidez: teste de avidez forte – infeção há mais de quatro meses; teste de avidez fraco ou intermédio – repetir titulação a três semanas)

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